Capitulo Quatro - Lua de Sangue

Capitulo Quatro - Lua de Sangue  


Eu não sou eu quando você não está aqui comigo -

Eu estou sozinho

E agora o que sobrou de mim -

Eu não quero ser

Lá fora, o céu está errado

E na parede sua nota de despedida

Eu não sou eu quando você não está aqui comigo -

Eu estou sozinho

Ich Bin Nicht Ich–Tokio Hotel


E o tempo passou.Mais mesmo assim a dor continuou.Aprender a conviver com ela era um sacrifício,mais era o único jeito.Cada dia,hora,segundo,semana,mês.Dói a cada segundo que se passa,era inevitável.E quando você pensa que passou.

Ali esta ele,pra lhe atormenta,para te lembrar que aquilo existiu,que aconteceu.

‘’Então chega um momento da sua vida que você simplesmente cansa de tantas pessoas desistirem de você, de tantas pessoas te deixarem e esquecerem da sua presença. Chega um momento que você está farta de todas as pessoas te trocarem. Chega um momento que você já não consegue arrumar mais desculpas para tantos abandonos… E então você percebe que você é o problema, que você é a causa de todos irem embora, que você é o motivo de estar sozinha.’’

**

Olhei o cereal na minha frente que já não parecia apetitoso como antes,minha mãe observada tudo sem dizer uma unica palavra,mastigando o misto dela.Eu mexia na papa que virou o cerial na minha frente que me divertia.Talvez isso pareça sinais de loucura,mais bom.Eu não ligava era divertido.

–Cris,já chega!-minha mãe exclamou e me encolhi assustada pelo grito e nao consegui encara-la já sabendo o porque.

–O que eu fiz?-perguntei ainda sem a olhar.

–Esse é o problema!Você não faz nada!Parece que não tem vida,Cris.-explicou ela e olhei para o chao.-Vou mandar você para casa.

–Mãe..estou em casa.-ironizei sem conseguir evitar.

–Para Phoenix.-ela me olhou seria e nao pude deixar de olhar para ela .

–Mais eu não fiz nada de errado!Você não pode fazer isso comigo.

–Posso como vou.–falou levantando e indo para o telefone e eu levantei junto correndo tentando impedir.

–Hoje eu vou sair!-falei de repente e ela me olhou suspeita.-Quero aprender a me defender e fique sabendo que o novo vizinho é professor de Muay Thai.Sei que fiz aula antes mais ja nao lembro de mais nada,vou retomar o que eu aprendi.

Ela abriu o sorriso,ótimo!Consegui.

Ela pegou uma carteira cheio de detalhes brilhosos que eu odiava abrindo pegando algumas notas altas.

–O que esta fazendo?-perguntei sem entender.

–Ele vai cobrar não é,não quero você gastando suas economias.Da para comprar os matérias se caso não der,pode me pedir.-falou ela me dando notas altas.

–Mãe...não precisa...-falei,eu não gostava de outras pessoas gastando dinheiro comigo,não gostava mesmo,mesmo sendo meus pais.

–Precisa sim.-falou ela e logo saindo para o trabalho.Bom vamos a luta...literalmente.

**

Já havia se passado 4 meses que ele havia ido embora.E 3 meses que eu estava no Muay Thai e o professor pegando duro comigo e como eu aprendo rápido,rápido ate demais estou bem para frente,sei me defender bastante e bater mais ainda,decidir que como já sabia golpes para bater e defender iria parar,Charlie havia me dado um violão.Pois é!Fiquei boba quando o vi,meu Dark,pois é ele tem nome.

Eu como havia aprendido a tocar com...ele...ja sabia tocar a maioria.Tudo me leva a ele.Hoje eu decidir que iria sair,tentar me diverti de alguma forma,dar uma volta.

Entrei no meu quarto agora escuro,meu cantinho dark...ele parecia tão...triste e depressivo,balancei a cabeça com o pensamento,me sentei na cama e suspirei,como eu poderia pensar que poderia viver sem ele?

Não queria aquilo,não,não,não .... Eu imploraria se fosse possível para tê-lo de volta.

Meu coração parecia se quebrar em vários pedacinhos,minha razão de viver não estava mais ali pra me segurar quando eu cair,ou sorrir quando eu fizer algo engraçada ou vergonhoso,ou então ficar emburrado por eu discordar dele e logo em seguida dizer que me ama me beijando do jeito calmo,apaixonante como só ele sabe fazer.

Olhei meu rosto no espelho transbordado de lagrimas e mais lagrimas ,e o toquei vendo aquelas lagrimas de raiva,magoa ,tristeza e de um amor perdido...

Aquela não era eu...não,não era!!

Me olhei novamente e dei um sorriso irônico,ele havia me pedido algo antes de ir embora,e assim como ele quebro meu coração eu quebraria a promessa do pior jeito possível.

E ali nasceu uma nova Cris,uma nova Crystal que não queria saber mais de nada.

Fui no guarda roupa o abrindo e pegado uma calça que imitava o couro,joguei na cama pegando uma blusa preta com algumas coisas escritas e uma jaqueta preta que também imitava couro,entrei no banheiro tomando um banho rápido,coloquei a roupa e me olhei no espelho,me senti bem com aquela roupa escura,era assim que eu me sentia por dentro,um posso escuro e funto,peguei minhas maquiagens e comecei o trabalho apliquei o pó branco e maquiei meus olhos de pretos breu dando um look bem dark e no final pequei meu batom preto,eu havia comprado pra festa a fantasia a um tempo atrás,o passei e soltei o cabelo o bagunçando de leve e sorri.

Eu me sentia bem.Como a um tempo eu nao me sentia

–Cris....-ouvi um sussurro e olhei,a voz...fechei os olhos com força,você não vai me atrapalhar de viver,não vai!Eu nao vou deixar.

Peguei um dinheiro guardado e sai,minha mãe não estava em casa,ou então teria um surto,escrevi um bilhete dizendo que eu havia saído com umas amigas e que não era para me esperar,peguei o capacete e a chave da moto.O tanque estava cheio,havia um tempo que eu nao pilotava meu bebe.

Pilotei por algum tempo indo para Seattle,parei na porta de uma boate ,a um tempo atrás Jess havia me dado uma entrada vip,a boate era do primo dela,eu podia entrar a qualquer hora.Claro não usei achei inútil mais guardei por precaução ,mostrei o cartãozinho vermelho com preto com algumas coisas escritas e entrei,a boate estava cheia,a musica alta faziam meus ouvidos doerem e meu coraçao vibrar,fui no balcão que estava um pouco cheio no momento. Eu podia sentir as pessoas me olhando e comentando mais nao estava afim de briga,nao naqule minuto.

–Um vodka.-falei para o barman e ele me olhou curioso trazendo o meu pedido e o bebi e assim copos seguidos se acumularam ao meu lado,fui pra pista já alegre pela bebida ,a musica We found Love de Rihanna tocava,fechei os olhos e comecei a dançar,senti uma mao na minha cintura e sorri continuei dançando com o cara mesmo sem saber quem era e me virei me surpreendendo com o beijo,me deixei ser beijada mais...não era aquilo que eu queria..não era o beijo dele,não era o cheiro dele que eu sentia...não era ele...

Parei o beijo vendo a expressão confusa do cara e sai indo para área dos banheiros onde havia um grupinho onde havia fumaça vi eles com uns cigarros na mao,eles pareciam felizes e animados,alguns riam como idiotas.

Não Cris,você não vai fazer isso.

–Hey gata,aceita um?-falou um loirinho com cara de bêbado e acenei,peguei um sugando e tossindo em seguida o loirinho rio.

–Nunca fez isso não é?-falou ele rindo.

–Pois é...

–É assim.Você suga..-falou fazendo e ficando um tempo com a fumaça na boca e em seguindo o soltando pelo nariz.-Entendeu?

–Sim.-falei e fiz o mesmo e...Uou...aquilo era bom,fiquei ali um tempo fumando com o grupo de drogados,eles pareciam pessoas legais apesar de só rolar drogas ali.

Olhei a hora já eram quatro da matina.

–Pessoal vocês são muito legais.-falei rindo eu estava totalmente drogada .-Mais tenho que ir.

Ouvi alguns resmungos e sai dali indo no balcão bebendo mais uma dose de Vodka.Sai da boate vendo tudo em dobro e rindo do vento e então tudo começou.

**

Cheguei em casa com muito sacrifício mais cheguei minha mãe parecia já esta dormindo,subi indo no banheiro e caindo varias vezes na escada,meu estomago estava revirando horrores.

–Droga.-falei me ajoelhando no vaso e vomitando.

–Oh meu Deus!Cris!-ouvi a voz da minha mãe e olhei.

–Hey mãe.-falei dando um sorriso amarelo levantei e fui tirar a maquiagem.

–Você ta doente?-perguntou preocupada.

–Não mãe eu só bebi um pouco...-falei de boa e ela fez uma cara estranha ,comecei a tirar minha roupa sem ter vergonha,o que a bebida não faz,não é?

Minha mãe saio do banheiro me dando privacidade e eu entrei debaixo da acha gelada,fui para meu quarto colocando meu pijama eu sentia a droga ainda em mim...se minha mãe descobri-se...

Deitei na cama apagando por completo.

**

Trim Trim Trim Trim.

–Ta bom já acordei!-exclamei para o despertador como se ele fosse me responder e revirei os olhos por minha idiotice indo pro banheiro tropessando com meus proprios pés,minha cabeça doía horrores tomei alguns analgésicos e fui tomar banho rapidamente,eu estava completamente atrasada,coloquei qualquer roupa e sai depois de ouvir reclamações da minha mãe sobre beber e pilotar.

Eu não me lembrava de nada de ontem mais me senti...livre...me senti...bem.

As aulas passavam rapidamente para minha felicidade,eu me dedicava totalmente aos estudos,talvez eu tivesse dupla personalidade de dia boazinha e boa aluna e a noite uma pantera...Ok talvez nem tanto...

Fiz um enorme resumo e todas as atividades,a alguns meses que eu não falava direito com Jess e Ange ,Ange sabia pelo o que eu passava e tentava me ajudar sempre que possível e eu me sentia feliz por ter ela como amiga,Jess era boa amiga só que como é bocuda as vezes me deixa irritada falando coisas que não devia.Se é que me entendem.

O sinal tocou e me preparei para arrumas as coisas.

–Hey Cris!-ouvi uma voz atrás de mim e me virei.

–Hey Mike,como ta?-falei tentando ser sociável,havia muito tempo que não fava com todo mundo.

Começar a vida novamente não era facil sem ele...era ainda mais difícil do que parecia ser.

–To bem...então...vai trabalhar hoje?-me perguntou.

Pois é eu estava trabalhando não queria esta sempre pedindo dinheiro a minha mãe,ela me sustentava pagava contas e tudo mais.Não queria que ela gasta-se o dinheiro dela comigo alem do que ela gasta me sustentando.Ela nunca falou nada claro mais eu sabia que depressiva como estou ela fica querendo me animar comprando mais do que deve para me fazer feliz.

–Sim sim.-falei sorrindo,Renné havia falado como eu estava sem vida e ouvindo minha voz parecia mesmo.

–Nos vemos la.-falou sorrindo.Era só isso?Então ta ne.

Fui para o refeitório me sentando na mesa...a 4 meses eu sento na mesma mesa que eles sentavam,no canto tentando ficar escondidos.As vezes eu ficava esperançosa olhando para mesa esperando eles estarem la..esperando que ele estivesse la...

Nem tudo que se quer se pode,não é?

Quando tocou na saída conversei um pouco com Jess que no inicio estava bem rude mais depois de algumas palavrinhas amoleceu e voltou ao jeito bocuda.

Era noite e eu já estava arrumada para sair,minha mãe não falou nada só ficava observando,sentir o vento no meu rosto me deixava tão...livre .Mais ao mesmo tempo me fazia pensar em tantas coisas .

Tudo me levava a pensar nele,senti lagrimas nos meu olhos.

–Cris,concentre-se na estrada!–ouvi alguém fala ao me lado e então...ele estava la,senti a moto por um minuto cair para o lado.

–O que estava pensando!Quer morrer Cris?!

–Bill...-falei e o olhei . Ele me olhava e de repente não estava mais ali.Arfei sem entender e aumentei a velocidade e ali ele estava novamente.

–Você disse que seria como se não estivesse existido!Porque se foi!-gritei ao vento tentando não capotar.

–Fui para o seu bem...–sussurrou e desapareceu,parei perto de uma esquina eu já estava em Seattle,limpei as lagrimas e vi alguns motoqueiros apostando corrida.

–Não faça isso.-falou me olhando serio com aquele olhar repreendendo,eu amava tudo nele.Simplismente tudo.

–Porque estava fazendo isso?-falei com a voz tremula,eu sentia meu coraçao latejar em meu peito.

–Cumpra sua promessa.-falou e desapareceu.Eu estava completamente louca.Ou meu subconsciente estava me dando o que eu queria que no caso seria ele.

–Não vou cumprir nada.-sussurrei com raiva e indo ate os motoqueiros que pareciam ser barra pesada.

–Hey garotinha aqui pode ser bem perigoso gracinha.-falou um cara barbudo e feio.

–Se não ficar calado pode ficar para você.-falei me surpreendendo com minha voz rude e fria, ouvi os outros rindo e o barbudo vindo para cima de mim,minha primeira reação foi me defender,o derrubei imobilizado ele e em seguida lhe dei um soco.

–Cala boca.-falei me levantando e ajeitando minha roupa.

–Alguém mais vai querer falar mais alguma coisa.-exclamei rude e o silencio reinou.-Bom...

Eu poderia gostar disso...

–Quem aceita uma corrida?-falei sorrindo e o mesmo que eu bati aceitou.

Eu estava amando isso.

Após ganhar algumas corridas me socializei com eles fumando algumas coisas e bebendo...muito.

Ele aparecia a toda hora para mim e eu me alegrava com isso.As quatro horas fui embora como no dia anterior,e percebi que,se aquele jeito era o único para viver sem ele.

Assim seria.

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